Black Friday 2025 deve movimentar até R$ 13,6 bilhões e impulsiona importações no Brasil
Varejo aposta em moda, beleza e eletrônicos; tecnologia e logística são decisivas para atender à alta demanda
Pesquisas indicam que mais de 70% dos consumidores começam a monitorar preços com mais de 30 dias de antecedência - Foto: Shutterstock
A Black Friday deve ter resultados expressivos em 2025. Mais do que uma data de descontos, o período é considerado um termômetro do consumo e do otimismo do mercado. Projeções da ABIACOM e da Gauge/W3haus indicam que o e-commerce deve faturar entre R$ 13,3 e R$ 13,6 bilhões, o que representa alta de 14,7% a 16,5% em relação a 2024. O crescimento é impulsionado por um consumidor cada vez mais digital.
Dados da Logcomex, empresa de tecnologia para o comércio internacional, mostram que entre janeiro e agosto de 2025 o volume total importado pelo Brasil cresceu 6%, enquanto o valor FOB das mercadorias aumentou 10% na comparação com o ano anterior. O movimento é interpretado como sinal de que o varejo está se preparando para a alta demanda do fim de ano.
A antecipação é estratégica. Pesquisas indicam que mais de 70% dos consumidores começam a monitorar preços com mais de 30 dias de antecedência, buscando descontos reais em produtos de maior valor.
“Empresas que conseguem identificar tendências de importação e antecipar variações de demanda ganham vantagem competitiva real. Nesta Black Friday, o diferencial está em conectar a ponta do comércio exterior ao clique final do consumidor”, revela Helmuth Hofstatter, CEO da Logcomex.
Moda, beleza e eletrônicos lideram as vendas
As categorias de moda, beleza e eletrônicos estão entre as principais apostas do ano. Em Moda e Beleza, as importações de perfumes cresceram 70% em volume e 43% em valor, alcançando US$ 91,8 milhões. Calçados tiveram alta de 52% em volume e 36% em valor FOB (US$ 147 milhões), enquanto camisetas subiram 44% em volume e 34% em valor (US$ 88 milhões).
Nos eletrônicos, as importações de smartphones aumentaram 8% em valor FOB, totalizando US$ 196 milhões e mantendo a liderança entre os itens mais importados. Os videogames também registraram avanço de 20%, chegando a US$ 135 milhões.
No segmento de eletrodomésticos, o comportamento das importações aponta novas preferências de consumo. As airfryers cresceram 23% em volume e 13% em valor (US$ 7,2 milhões). As geladeiras avançaram 11% em volume, com valor estável (US$ 109 milhões). Já os fornos tiveram queda de 23% em volume e 27% em valor (US$ 127 milhões).
Logística e tecnologia viram aliadas do varejo
A infraestrutura logística segue como um dos pilares para o sucesso da Black Friday. O avanço tecnológico nas operações de comércio exterior tem ajudado empresas a reduzir riscos, custos e prazos de entrega.
Cada etapa da cadeia de suprimentos precisa funcionar de forma sincronizada e orientada por dados. Ferramentas que oferecem visibilidade de embarques em tempo real e automatizam etapas como o desembaraço aduaneiro ajudam importadores e operadores logísticos a evitar gargalos e garantir que os produtos cheguem a tempo das promoções.
“Durante a Black Friday, cada minuto faz diferença. Nossa tecnologia permite que o importador saiba exatamente onde está sua carga, quando ela deve chegar e quais ações podem antecipar o processo”, revela Hofstatter. “Essa precisão não só acelera, como protege o caixa do varejista: segundo dados internos, o uso de inteligência de dados pode reduzir erros de documentação e multas por atraso, gerando economias operacionais que chegam a 15% em alguns casos”, finaliza o executivo.
Fonte: Mercado&Consumo
